O PROJETO REPERTÓRIOS propõe o encontro entre dois artistas através de ações voltadas para difusão, formação e reflexão acerca dos modos de produção e criação na dança. A programação consiste na apresentação dos solos DANÇA MACABRA, criado e interpretado por Laura Samy e OCAS, criado e interpretado por Leonardo Laureano, apresentados um após o outro, formando um único programa na noite. 

DANÇA MACABRA é uma performance solo criada a partir de reflexões acerca das representações do macabro, da morte e da sobrevivência. Um processo de investigação de diferentes formas de resistência e expressão frente à morte ou à mortificação de algo. O trabalho se desenvolve buscando pistas desse imaginário macabro, que remetem a tempos, formatos e contextos diversos: a dança macabra do período medieval, a morte do cisne em O Lago dos Cisnes, a voz do escritor e cineasta Pier Paolo Pasolini, um poema de Henri Michaux, um fantoche de uma loja de brinquedos assustadores… referências históricas, cinematográficas, literárias e sonoras. O trabalho é resultado de uma uma vasta e longa pesquisa desenvolvida no campo da dança mas que transita firmemente pelos campos do teatro e da performance. Lançando mão também do audiovisual, cria uma interface entre as diferentes linguagens em que o corpo pode aparecer. Sozinha em cena a artista encarna variadas presenças, como a figura da morte, o feminino ou mesmo o voo de um pássaro, formando seres e corpos temporários que surgem e desaparecem diante do espectador. O trabalho é um convite ao direcionamento do olhar para aquilo que insiste em se manifestar, no campo artístico, político e social. A circulação deste trabalho permite o acesso a uma produção nacional consolidada no tempo, apresentando um espetáculo que nasceu em território brasileiro, através do trabalho de uma artista, mulher, que há 37 anos vive a experiência de fazer arte no país.Em OCAS Leonardo desenvolve uma dramaturgia cênica a partir de imagens fotográficas e cinematográficas provenientes de fontes diversas. O trabalho tem como eixo central a articulação de questões trazidas pelo corpo negro na dança. O corpo é pensado como um espaço de encarnação destas imagens e traz a tona questões raciais e sociais ao relacionar-se com um imaginário que fala sobre história, lutas e conquistas. Confronta a historicidade de um mundo prioritariamente branco e apresenta outras narrativas, construídas a partir do corpo e das experiências que carrega – dos seus antepassados, de referências à diáspora africana e à cultura afrodescendente, inclusive presentes em muitas festividades afro-brasileiras. A pesquisa coreográfica e autoral teve início em abril de 2021, no Festival Caixote no MAM, com o solo Intervenção realizado a convite de Laura Samy, diretora e realizadora do Festival. A pesquisa para a criação do solo OCAS foi iniciada em março de 2023 a partir do convite da Breakconvention e o solo ainda em processo de criação foi apresentado em Londres na Sadler’s Wells. No mesmo ano foi apresentado no Centro de Artes Calouste Gulbenkian e no Teatro Cacilda Becker /Rio de Janeiro como parte do projeto Repertórios. Em março de 2024 Leonardo participa de uma residência artística em Paris à convite da renomada instituição de arte e difusão Le CENTQUATRE, onde desenvolve e apresenta a última versão do solo OCAS.

06 de novembro de 2024
Quarta | 19h
Teatro da UFF
Rua Miguel de Frias, 9 – Icaraí – Niterói
Ingressos: R$ 10 (inteira) – R$ 5 (meia)
Canais de venda: Guichê Web e Bilheteria
Classificação Indicativa:  14 anos