
OSN UFF | Academia Brasileira de Música – 80 Anos

Em 2025, a Academia Brasileira de Música celebra oito décadas de dedicação ininterrupta à valorização, preservação e difusão da música brasileira de concerto. Fundada em 1945 por Heitor Villa-Lobos, a ABM consolidou-se como uma das mais importantes instituições culturais do país, reunindo nomes fundamentais da história da música brasileira e atuando como guardiã de um legado.
Hoje, a Orquestra Sinfônica Nacional da UFF, com sua sólida história ligada à formação de público, difusão de repertórios brasileiros e atuação junto à comunidade, tem a honra de prestar tributo à trajetória da ABM. Ao reunir obras de quatro compositores e compositoras que integram o quadro da ABM, este concerto reafirma o compromisso mútuo com a preservação da memória, o estímulo à criação e a escuta plural da música brasileira de concerto.
Dinorá de Carvalho (1904–1980), pioneira entre as compositoras brasileiras e primeira mulher a ingressar na ABM, expressa em sua vibrante Abertura: Noite de São Paulo (1936) a energia urbana e a modernidade da metrópole paulista. A obra foi composta originalmente para a peça teatral Noite de São Paulo e posteriormente transcrita como Abertura para formação orquestral sinfônica.
Alda Oliveira (1945), educadora, pesquisadora e compositora, apresenta em Bahianas (1979) um olhar sensível sobre a presença feminina na cultura afro-baiana, por meio de ritmos, cores e sonoridades tradicionais reelaboradas em linguagem orquestral. A obra, escrita para oito instrumentos, teve sua estreia mundial na III Bienal de Música Brasileira Contemporânea, em 17 de outubro de 1979.
Mario Ficarelli (1935–2014), compositor ligado à renovação estética da música brasileira no século XX, cria em Transfigurationis (2008) densas atmosferas sonoras e sutis processos de transformação, em linguagem contemporânea e altamente expressiva.
Hekel Tavares (1896–1969), conhecido por unir a técnica acadêmica à música popular, propõe no Concerto para violino e orquestra (em formas brasileiras), Op. 107 nº 4 (1961), uma síntese de gêneros brasileiros com a forma clássica, revelando um lirismo profundamente enraizado nas tradições nacionais. Este concerto teve sua estreia mundial e primeira gravação realizadas em 1962, pela Orquestra Sinfônica Nacional e com Oscar Borgerth como solista.
Celebremos juntos a ABM, seus compositores e a música brasileira.
Bom concerto!
Deivison Branco
Comissão Artística OSN UFF 2025/26
Programa
Dinorá de Carvalho (1904–1980) – Abertura: Noite de São Paulo (1936)
Alda Oliveira (1945) – Bahianas (1979)
I – Mula-sem-cabeça
II – Anhangá
III – Cosme-Damião
Mario Ficarelli (1935–2014) – Transfigurationis (2008)
Hekel Tavares (1896–1969) – Concerto para violino e orquestra (em formas brasileiras), Op. 107 nº 4 (1961)
I – Modinha
II – Louvação
III- Ponteio
20 de Julho de 2025
Domingo | 10h30
Cine Arte UFF
Rua Miguel de Frias, 9 – Icaraí – Niterói
Ingressos: R$40 (inteira) – R$ 20 (meia)
Canais de venda: Guichê Web e Bilheteria