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Eu, Capitu

15/08-19:00 > 17/08-19:00

Desde pequena, Ana tem por hábito se isolar em um mundo imaginário como forma de fugir dos problemas que enfrenta em casa. Sua mãe, Leninha, vive um relacionamento abusivo com o marido. A tensão doméstica acaba por refletir no rendimento escolar da menina que precisa tirar boas notas em Literatura para não repetir o ano. A prova final vai ser em cima da obra Dom Casmurro, de Machado de Assis. No entanto, a leitura afeta diretamente a menina que passa a enxergar pontos em comum entre o livro e sua vida. Em seu refúgio fantástico, Ana começa a misturar ficção com realidade e recebe a visita de uma mulher misteriosa, que tem o rosto parecido ao de sua mãe. Aos poucos descobrimos que esta mulher é Capitu, a personagem ícone da obra Machadiana. Nesses encontros, Ana dá voz àquela mulher que só conhecemos através do olhar masculino. A improvável ligação entre elas serve à menina, que está entrando na adolescência, como um rito de passagem para o universo feminino adulto, em que ela começa a entender o que significa ser mulher num mundo narrado por homens.

Esta é a história da produção que se baseia nas provocações sobre o original machadiano e reflete sobre machismo, dores e silenciamentos de mulheres contemporâneas. 

“No palco, as atrizes encenam uma história que se passa no Brasil de hoje, quando Ana, adolescente presa em um ambiente de tensão doméstica, presencia o fim de um relacionamento abusivo de sua mãe. Para nós interessa instigar o olhar da plateia, convidá-la a imaginar outras possibilidades narrativas, tomar consciência das coisas se valendo de mais de uma perspectiva. Portanto, juntas, levantamos questionamentos e nos apropriamos deles para desdobrá-los ao invés de buscar soluções definitivas”, ressalta Miwa.

A diretora foi convidada para dirigir “Eu Capitu” pelo produtor Felipe Valle, também idealizador do projeto, após testemunhar indiretamente um episódio de violência doméstica em que não conseguiu intervir e teve a denúncia recusada pela polícia. O sentimento de impotência o levou intuitivamente a pensar em ‘Dom Casmurro’. Ao reler o livro com os olhos de agora, Valle percebeu toda a violência contida naquele clássico e resolveu trazê-lo para as luzes da ribalta pelo olhar feminino. “ O convite para direção, escrita e encenação não foi à toa. São as mulheres que vão dar vida a esta história tão atual, eterna, cheia de nuances, simbolismos e de machismos do nosso sempre dia a dia”, pontua.  

Ficha Técnica:
Direção Artística: Miwa Yanagizawa / Texto: Carla Faour / Diretora Assistente: Maria Lucas / Idealização e Direção Geral: Felipe Valle / Direção de Produção: Bárbara Galvão, Carolina Bellardi e Fernanda Pascoal (Pagu Produções Culturais) /Coordenação de Projeto: Trupe Produções Artísticas / Elenco: Flávia Pyramo e Mika Makino / Direção Sonora, Trilha Original e Preparação Vocal: Azullllllll / Direção de Arte: Teresa Abreu / Iluminação: Ana Luzia Molinari de Simoni / Produção Executiva: Natalia Almeida / Design Gráfico e Fotografia: Daniel Barboza / Produtoras Associadas: Pagu Produções Culturais e Trupe Produções Artísticas / Realização: Singularte Produções


15 a 17 de Agosto de 2025
Sexta, Sábado, Domingo | 19h
Teatro da UFF
Rua Miguel de Frias, 9 – Icaraí – Niterói
Gratuito – retirada de ingressos 1h antes do espetáculo na bilheteria do Centro de Artes UFF
Classificação Indicativa:  14 anos

Detalhes

Início:
15/08-19:00
Final:
17/08-19:00
Categoria de Evento:

Local

Teatro da UFF
Rua Miguel de Frias, 9 - Icaraí
Niterói, Rio de Janeiro 24220-900 Brasil
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Telefone
(21) 2629-5576
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